Obras na Igreja (beneditina) de Nossa Senhora do Terço.
No dia 11 de Outubro de 2010, o edifício da Igreja entrou em obras de reabilitação, no telhado e na fachada.
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HISTÓRIA DA IGREJA

CONSTRUÇÃO DA IGREJA BENEDITINA

Em 1707, o Bispo de Braga D. Rodrigo de Moura Teles deu ordem para o lançamento da primeira pedra de um convento de freiras beneditinas, obedecendo assim ao pedido do rei D. João V para cumprimento do desejo de seu pai D. Pedro II.

Uma inscrição na parede ao lado do portal assim o conta.

O exterior da Igreja de Nossa Senhora do Terço é muito sóbrio e simples mas o interior releva-nos uma dos melhores exemplos do barroco português, com a harmoniosa combinação entre pintura, azulejos e talha.

O tecto de caixotões de madeira e os painéis de azulejos que cobrem totalmente o corpo da igreja, pintados em 1713 pelo mestre António de Oliveira Bernardes, mostram uma iconografia riquíssima sobre a vida de São Bento.

Na capela-mor, P.M.P., um outro mestre azulejador barroco, assina dois painéis contando a fundação do monumento e a entrada da primeira freira no convento.

De notar ainda o trabalho do púlpito de dossel atribuído a Gabriel Rodrigues Álvares e os altares de talha dourada atribuídos a Ambrósio Coelho que completam o programa decorativo da Igreja, de reconhecida qualidade.


DESCRIÇÃO HISTÓRICA

Imóvel: Igreja de Nossa Senhora do Terço (antiga Igreja do Convento de São Bento).

Localização: Av. Combatentes da Grande Guerra, 270 / 272
4750 - 279 Barcelos
Distrito de Braga

Protecção: I.I.P. Dec. nº. 47 508, DR 20 de 24 Janeiro 1967

Utilização Inicial: Cultural e devocional: Igreja de Mosteiro beneditino feminino.

Utilização actual: Cultural e devocional.

Propriedade: Privada: Igreja Católica
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Situada a norte do Campo da Feira, a Igreja de Nossa Senhora do Terço que, na sua origem, integrava o convento de religiosas beneditinas - hoje transformado em centro comercial (Nota da Confraria) - foi uma das edificações que, no início do Século XVIII, contribuiu para a estruturação da malha urbana desta zona da cidade, então em expansão. (ALMEIDA, 1990, p.28)

A fundação do convento encontra-se relacionada com a demolição de um outro, em Monção, ordenada por D. Pedro - os portugueses e espanhóis estavam em guerra (N.C.) -, com o objectivo de reedificar e fortalecer as muralhas defensivas desta localidade. As religiosas de Monção deveriam, então, ser transferidas para o convento a construir em Barcelos, onde a primeira pedra do novo edifício foi lançada em 1707 - 14 de Agosto (N.C.) -, já no reinado de D. João V, e com o aval do Arcebispo de Braga, D. Rodrigo de Moura Teles. Os trabalhos prosseguiram com rapidez, e em 1713 - 8 de Julho (N.C.) -, quando o cortejo, presidido pela madre superiora, seguida do arcebispo e pelas autoridades distritais e concelhias, vindo a pé desde o templo do Senhor da Cruz, conduziu as mais de cem religiosas às suas novas dependências, estas estavam quase totalmente concluídas, à excepção do minarete da Pedra do Couto que só foi terminado em 4 de Outubro do mesmo ano. Os painéis de azulejos da capela-mor foram feitos cinco ou dez anos depois da inauguração. (P. Manuel Avelino Ferreira)

A extinção das ordens religiosas, em 1834, não trouxe consigo o imediato desaparecimento do convento, por esta ser uma casa feminina, e só poder ser extinta após o falecimento da última freira, o que aconteceu em 1842. As dependências conventuais foram vendidas em hasta pública e, posteriormente, demolidas. Somente a igreja subsistiu até aos nossos dias, tendo acolhido, a partir de 1846, a Confraria de Nossa Senhora do Terço, até então sedeada na Capela do Divino Espírito Santo, mas que entretanto havia sido demolida. (Rosário Carvalho IPPAR)

O templo, inicialmente, era denominado de Igreja de São Bento, uma vez que foi construído para a Ordem Beneditina. Após a transferência da Confraria de Nossa Senhora do Terço e da sua imagem para o templo beneditino, passa a ser Nossa Senhora do Terço a padroeira principal. «Mas, ainda hoje se houve popularmente chamar de Igreja de São Bento, e mesmo Igreja das Freiras, à mistura com o seu nome oficial [...] o povo dificilmente muda os seus hábitos ancestrais, transportados através de gerações, o que também está certo, lentamente transmitindo história». (P. Manuel Avelino Ferreira, 1982)

Uma vez que, a Igreja de Nossa Senhora do Terço se situa na Igreja de São Bento, é justo que não se perca a memória nem se esqueçam as suas origens e de futuro se passe a chamar de "IGREJA (BENEDITINA) DE NOSSA SENHORA DO TERÇO". (N.C.)


DESCRIÇÃO ARQUITECTÓNICA

A Igreja de Nossa Senhora do Terço de Barcelos, é verdadeiramente uma jóia de estilo barroco não só pela sua talha mas também pelos azulejos que revestem a totalidade das paredes, pelo tecto e pelas pinturas. Apesar do seu exterior algo «apagado», a Igreja - classificada como IIP Imóvel de Interesse Público pelo Decreto 47 508, DG 20, de 24-01-1967 - guarda no interior um dos mais belos púlpitos de Portugal.

Situada na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, mesmo em frente ao Campo da Feira, a Igreja fazia parte do antigo mosteiro das beneditinas. (Diário do Minho, 29/10/2004 - Francisco de Assis e Marta Encarnação)

Da planta longitudinal, com nave única e capela-mor, o templo, que passou a ter como principal invocação Nossa Senhora do Terço, conservou, no seu interior, todo o equipamento decorativo original, organizado segundo um programa iconográfico de exaltação da Ordem e do seu fundador, São Bento, que exemplifica, também as opções artísticas do barroco nacional, no que se convencionou denominar de "obra de arte total".

O exterior, de linhas depuradas, encontra no portal principal (lateral, como convém nas igrejas femininas), o seu elemento de maior interesse, contrastando vivamente com o espaço interno, profusamente decorado por talha dourada, azulejos, azuis e brancos, numa composição que articula rodapés de medalhões com emblemas, e painéis de grandes dimensões representando cenas da vida de São Bento. A sua execução, datada de 1713 (pintada nos azulejos) tem vindo a ser atribuída a António de Oliveira Bernardes, a quem são igualmente imputadas, com algumas reservas, as telas da nave, e as pinturas do tecto, em caixotões, com temática também alusiva à Ordem.

Na capela-mor, os azulejos, que ilustram a fundação do convento e o cortejo da freiras (complementados pelas inscrições que assinalam ambos os acontecimentos), estão assinados por P.M.P., a sigla do pintor lisboeta cujo nome permanece desconhecido. O retábulo, em talha dourada joanina, ocupa a totalidade da capela-mor, e, tal como os colaterais, na nave, exibe um conjunto de imaginária setecentista ou mesmo anterior.

Por fim, o púlpito, muito possivelmente, contemporâneo da campanha azulejar, é considerado um dos exemplares mais significativos do Norte do país, que Roberth Smith atribuiu ao entalhador Ambrósio Coelho. (1968, p.154; para outras hipóteses de atribuição cf. FERREIRA, 1982, p.10; Rosário Carvalho IPPAR)